Transtorno por uso de tabaco: impacto na saúde mental e estratégias de tratamento
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Importância do transtorno por uso de tabaco (TUT) para a área da saúde:
O transtorno por uso de tabaco é o transtorno por uso de substâncias mais comum, perigoso e caro, uma vez que a nicotina presente no tabaco é a substância psicoativa mais viciante. Desse modo, o cigarro continua sendo a principal causa de morte precoce e doenças evitáveis tanto nos EUA quanto no mundo, sendo responsável por 1 em cada 5 mortes nos Estados Unidos.
Forma como o transtorno por uso de tabaco afeta pacientes com transtornos psiquiátricos ou outros tipos de dependência:
Pacientes com doenças mentais ou dependência química são muito mais propensos a fumar. Dito isso, visualiza-se que cerca de 44% de todos os cigarros nos EUA são consumidos por esse grupo. Já em ambientes de tratamento psiquiátrico ou de dependência, entre 50% e 95% dos pacientes fumam, o que contrasta com a média geral da população (14% fumam cigarros e 4,5% usam cigarros eletrônicos).
Consequências do tabagismo para pacientes com transtornos psiquiátricos ou outros tipos de dependência:
O tabagismo contribui para doenças graves como câncer de pulmão, diabetes e problemas cardiovasculares. Nesse contexto, isso ajuda a explicar por que pessoas com doenças mentais morrem, em média, 25 anos mais cedo do que a população em geral. Além disso, há uma possível ligação entre fumar por longos períodos e o aumento do risco de suicídio.
Parar de fumar piora a saúde mental dos pacientes psiquiátricos?
Apesar de o início da abstinência poder ser difícil, especialmente nas duas primeiras semanas, estudos mostram que a saúde mental e a qualidade de vida geralmente melhoram após parar de fumar. Fato que comprova isso é um estudo de revisão (Taylor et al., 2014) identificou reduções em ansiedade, depressão e estresse, além de melhora no humor e na qualidade de vida de quem parou de fumar.
Parar de fumar ajuda na recuperação de outros vícios?
Sim. Continuar fumando pode atrapalhar a recuperação de outros tipos de dependência. Desse modo, a cessação do tabaco, por outro lado, pode aumentar as chances de sucesso na abstinência de outras substâncias.
Pessoas com transtornos mentais conseguem parar de fumar com sucesso?
Sim, mesmo sendo mais dependentes da nicotina, esses pacientes conseguem parar de fumar com bons resultados. Assim, isso geralmente leva a uma saúde física melhor, maior qualidade de vida, economia financeira e até à redução das doses de medicamentos psiquiátricos.
O que os psiquiatras podem fazer na prática para tratar o transtorno por uso de tabaco?
Eles podem usar tratamentos baseados em evidências, como terapias psicossociais, medicamentos e recursos comunitários. Somado a isso, também podem utilizar monitores de monóxido de carbono (CO) para acompanhar o progresso do paciente.
Medicamentos disponíveis para tratar o transtorno por uso de tabaco:
Cinco terapias de reposição de nicotina (TRN): adesivo, goma e pastilha (disponíveis sem receita), inalador e spray nasal (com receita).
Dois medicamentos não-nicotínicos: bupropiona e vareniclina (ambos com receita).
Todos esses medicamentos são seguros e eficazes para pacientes psiquiátricos.
O tratamento do transtorno por uso de tabaco pode ser integrado com outros recursos?
Sim tendo em vista que a combinação de medicamentos com intervenções psicossociais específicas, recursos comunitários (como linhas de apoio estaduais) e monitoramento clínico pode aumentar as taxas de sucesso em até 50%. Além disso, muitos desses serviços são reembolsáveis se forem bem documentados, por exemplo, com avaliações de uso de tabaco e testes de CO.
Diagnóstico do transtorno por uso de tabaco segundo o DSM-5?
O DSM-5 deixou de usar as categorias "abuso" e "dependência", passando a classificar os transtornos por uso de substâncias (incluindo o TUT) de acordo com níveis de gravidade. Para diagnosticar o TUT, o paciente deve apresentar pelo menos 2 dos 11 critérios abaixo em um período de 12 meses:
- Usar tabaco em quantidade ou por mais tempo do que o planejado.
- Tentar, sem sucesso, parar ou reduzir o uso.
- Dedicar muito tempo a atividades ligadas ao tabaco (como conseguir, usar ou se recuperar).
- Sentir vontade intensa ou "fissura" para fumar.
- Ter prejuízos em casa, no trabalho ou nos estudos por causa do uso.
- Continuar fumando apesar de problemas sociais causados pelo tabaco.
- Abandonar atividades importantes por causa do tabaco.
- Fumar em situações perigosas (por exemplo, na cama).
- Continuar usando mesmo sabendo que agrava problemas físicos ou mentais.
- Apresentar sintomas de abstinência ao parar.
- Desenvolver tolerância — ou seja, precisar de doses maiores para sentir o efeito.
Como é definida a gravidade do transtorno por uso de tabaco:
A gravidade é avaliada pela quantidade de sintomas:
- Leve: 2 a 3 critérios.
- Moderado: 4 a 5 critérios.
- Grave: 6 ou mais critérios.
O que caracteriza abstinência e remissão do caracteriza abstinência e remissão do transtorno por uso de tabaco?
- Abstinência: Nenhum critério (exceto fissura) presente por 3 meses ou mais.
- Remissão precoce: 3 a 12 meses sem sintomas.
- Remissão sustentada: Mais de 12 meses sem sintomas.
Sintomas da abstinência do tabaco:
A síndrome de abstinência pode surgir após semanas de uso e redução ou suspensão do tabaco. Os sintomas principais incluem:
- Ansiedade;
- Depressão;
- Irritabilidade ou raiva;
- Insônia (com sonhos intensos e despertares frequentes);
- Dificuldade de concentração;
- Agitação;
- Aumento do apetite.
Para ser considerada abstinência, o paciente deve ter pelo menos 4 desses sintomas nas primeiras 24 horas após parar de fumar.
Sintomas associados à abstinência:
- Desejo intenso de fumar (fissura);
- Tosse aumentada;
- Constipação;
- Feridas na boca;
- Queda na atenção e desempenho.
A intensidade da abstinência varia com o tipo de produto:
- Mais intensa: Parada do cigarro.
- Intermediária: Tabaco sem fumaça.
- Menor: Produtos de reposição de nicotina.
Geralmente, os sintomas atingem o pico entre 1 a 3 dias e podem durar de 2 a 3 semanas. A fissura, no entanto, pode persistir por até 6 meses ou mais.
Relação entre transtorno por uso de tabaco e transtornos psiquiátricos:
Pessoas com transtornos mentais (ansiedade, TDAH, depressão, etc.) ou dependência de outras substâncias têm de 2 a 3 vezes mais chances de fumar. Por outro lado, fumantes têm mais risco de desenvolver esses transtornos do que não fumantes ou ex-fumantes.
Por que existe essa relação entre tabagismo e doenças mentais?
Vários fatores podem explicar:
- Genética compartilhada entre fumar e transtornos mentais
- Sensação de alívio dos sintomas mentais ao fumar
- Comportamento aprendido em ambientes psiquiátricos
- Tédio, comum em pacientes institucionalizados
Como o transtorno por uso de tabaco se manifesta em pessoas com transtornos psiquiátricos?
- Tendem a ser mais dependentes da nicotina
- Sofrem mais com abstinência
- Têm mais dificuldade em parar de fumar
Além disso, sintomas como depressão, uso de substâncias e TDAH aumentam as chances de começar a fumar, se tornar dependente e ter dificuldade em parar.
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